Sabe, às
vezes eu me pego assustada com a ideia de ter te assustado, ou estar te
assustando. Eu sei que sou bem mais psicótica que as outras meninas e que isso
nunca foi um atrativo, mas tenta ignorar esse detalhe. Prometo tentar fazer
dele irrelevante. É que não é tão comum assim eu achar alguém que eu ache que
mereça minhas horas tanto quanto meus estudos e meus filmes e meus discos e
minha mania de viver sozinha, e você merece. Então eu fico perdida, meio que em
corda bamba, querendo medir até onde eu posso ir e até onde eu devo parar de
medir e simplesmente fechar os olhos e abrir o sorriso. Procuro defeito onde
não tem, assumo. Da mesma forma que transbordo de ciúmes só de pensar na ideia
de você desistindo de mim porque achou alguém mais normal pra segurar tua mão e
andar lado a lado contigo. E, mesmo que pareça, não é insegurança. Pelo
contrário, passa longe de ser, desta vez. É que cheguei a um nível de me sentir
tão segura, tão satisfeita, que começo a me preocupar achando que talvez tenha
algo errado e o brilho nos olhos esteja me impedindo de enxergar a realidade,
porque eu nunca sou tão segura, é uma espécie de razão completamente
irracional. É loucura. Sou eu. Mas eu aceito ser figurante, mesmo sem ser.
Poderia passar dias parada, sem dar um pio, só te observando. E também gosto de
assistir essa coisa bonitinha que existe entre a gente. É um duplo prazer, o de
viver e de lembrar o que vivi. E amo empregar o nós, principalmente
quando tem você do outro lado. Então eu paro de novo, meço de novo, peço
de novo: fica. Deixa teu coração brincar de sapatear com o meu. Mas só se
realmente quiser dançar.
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