domingo, 1 de julho de 2012

He left no time to regret

Completamente perdida. Duas palavras formando um significado que definia com exatidão os últimos dias da menina. Não sabia para que lado andar, se é que devia andar. Não sabia se devia permanecer ali, inerte, por mais que doesse a angústia da espera. E se as coisas não mudassem sozinhas? E se precisasse mesmo de alguma conduta ativa para que tudo voltasse aos trilhos? Só o movimento de rotação da terra não parecia ser suficientemente forte para fazer tudo voltar ao lugar. Ela não parecia, inclusive, ser suficientemente forte pra tomar alguma decisão relevante. O tempo havia se arrastado de uma forma que seu desgaste físico e emocional era notório. Fazia com que se lembrasse de um poema que havia lido pouco antes de ter agido com inconsequência o bastante para fazer tudo desandar. Sylvia Plath, como de praxe: 
"What did my fingers do before they held him? What did my heart do, with its love?"
E agora era tudo diferente... Agora tinha que lutar para reconquistar cada espaço que se fazia vago, cada vírgula da história que ainda deveria ser escrita. Queria encontrar canetas. Mas o outro parecia escondê-las. Luísa estava incerta, incoerente, buscando as suas antigas dúvidas enlouquecidamente. Tudo fugia. O chão sumia, o ar parecia mais denso. Era uma sensação inédita e frustrante. O pior ainda era saber que não havia próximo passo a ser dado, a não ser dar ao relógio oportunidade de girar seus ponteiros.

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