O arvoredo
inventou um balé, e eu resolvi desinventar o silêncio sem fim que havia
inventado um dia. Talvez por querer a rima diferente, não mais vazia,
preenchida. Enfim... É que eu tenho confirmado algumas análises de outrora,
que, porventura, julgo ser válido te deixar ciente: eu nunca desisti dos planos
daquele assalto de versos retos e corretos; mas, sim, reguei os restos de
paixão e espero que sirvam para nós. Cresceram. Fazem ventar... Do tipo de
vento que quando bate no rosto a gente fecha os olhos e esquece os problemas.
Bagunça-me a ideia de que você não entende quando eu grito tudo isso, em cada
entrelinha, e que te assusto, a cada vírgula e a cada frase, no doce dessa
minha loucura, que também é tua, pra usar a sós. Assusto-me, inclusive, por
mais que tenha encontrado coragem ou insanidade em algum lugar, por não
entender. “Estranha-me”, cabe melhor. Já que não entendo e não busco
compreensão. Só busco olhar telhados, não necessariamente de Paris, em casas
velhas e mudas. Contudo, com, necessariamente, você do meu lado.
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