segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pombal, 24 de outubro de 2009

Eu acordei cedo hoje, não por falta de sono, mas por falta da paciência necessária para dormir tranqüila. Amanheci um pouco nervosa, talvez por conseqüência do dia decadente de ontem, continuo confusa, insegura e cheia de paranóias.

Tenho refletido bastante, e isso me faz um mal danado. Queria controlar, mas não dá. É que eu cansei de gente, que com quase meio século, não nota que as pessoas têm defeitos. Por melhor que sejam sempre têm defeitos, mesmo as que escondem, que mascaram, ninguém consegue estar sempre bem, sempre certo, convicto e pronto pra agüentar o que impuserem.

Eu queria compreensão, só isso. Eu sei que não é pedir demais, só um pouco de gratidão, talvez. De calma, um pouco menos de estresse, um pouco menos de “passar tudo na minha cara”, eu não tenho nem duas décadas de vida e já fui capaz de reparar que ninguém é perfeito, mas por que os outros também não notam, por que diabos não notam?

As palavras pesam. Machucam, ferem e marcam. Eu vou guardando tudo, calada. Faço de conta que não ouço, mas não dá. Sempre quis prestar, tentei de todas as formas possíveis, mas ninguém reconhece. Isso desmotiva muito, e minha máscara de pseudo-felicidade não suportará por muito mais tempo.

É triste ter que fazer pose de que tudo está bem, entretanto, mais triste ainda é te verem com o rosto vermelho e inchado de tanto chorar e não notarem nem isso em você. Passar despercebida até nesses detalhes, num lugar onde todo mundo julga te dar atenção, mas que atenção seria essa? Pagar escola, roupa e comida agora virou sinônimo de amor? De amar? Eu que pensava que esse verbo ia mais além, doce ilusão.

“Eu não queria estar morrendo pela vida”, mas estou. A cada dia com mais intensidade. Talvez eu já tenha morrido e esteja só esperando cair, estou preparando meu próprio funeral e este é o estado mais decadente que uma pessoa é capaz de chegar.

Criticam tanto as minhas asas curtas, quase incapazes de voar, mas não notam que suas longas e belas asas são ainda mais frágeis que as minhas. Uma pontada de bom senso não cairia mal.

Só tenho pena de mim, da “vida inteira que poderia ter sido e não foi”, da saudade que eu sinto do que eu poderia vir a ser.

Sem mais.

Um comentário:

  1. Essência... vc conseguiria notar a insegurança daquele que tanto lhe machuca? Vc consegue alcançar os medos q o tortura todos os dias, tendo uma responsabilidade gigantesca em assegurar um futuro q (ilusão criada por ela mesma) essa pessoa traçou para vc como sendo a ideal? Vc já reconheceu abertamente os esforços q essa pessoa faz todos os dias para manter o frágil equilíbrio q ainda sustenta tudo a sua volta? Vc já procurou ver a fundo como funciona a cabeça de sua contra partida? Ñ é nada fácil, mas uma vez q vc consiga alcançar a compreensão, a sua compaixão moverá a sua dor. Foi assim comigo para com os meus pais... hj, tenho muito orgulho deles, apesar de terem errado bastante comigo e com meu irmão mas estavam tentando dar o seu melhor... a musica Pais e Filhos me ajudou bastante a ver isso... ^_^

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