terça-feira, 18 de maio de 2010

Nota do autor:


Antes de qualquer coisa, peço perdão por ainda não ter posto a história que prometi aqui. Infelizmente não tenho escrito. Acabei a deixando de lado por um tempo, mas depois eu volto. Sinto-me como se a estivesse traindo por estar aqui novamente e ainda sem ela, mas tenho coisas de mais urgência em mente e fica difícil assim. Qualquer coisa que eu escrevesse seria como me forçar a viver uma coisa que eu não vivo, ou melhor, a dar vida a alguma coisa que ainda não vive... nem em mim. Sendo assim, contentem-se com mais uma de minhas historinhas desesperadas; ou, quem sabe, não tão desesperadas assim; rs. Até breve.


Wish you were here


Um copo d’água, um analgésico qualquer e um coração partido. Tudo que eu tenho cabe em uma frase. Ou talvez em um parágrafo: isso se eu viesse aqui falar da saudade, do cansaço, da ressaca e da nostalgia. E não sei se venho, para falar a verdade. Não sei mais de tanta coisa que antes eu achava saber. How I wish... Está tudo tão complicado, tão amargo. Mas daquele tipo de amargo que chega a ser anormal, sabe? Não só daquele que dá um travo na garganta na hora de engolir. Como um conhaque. Acho que é isso, tudo agora tem um gosto de conhaque tão estranho. Eu penso em você na esperança de adoçar, mas só piora. Antes você era o que havia de melhor em mim, hoje não é mais. Não mais. Hoje você é o lado podre daquela maçã que por fora aparentava estar tão suculenta. E mesmo assim eu sinto sua falta. Cada vez mais, com uma força absurda e com uma freqüência assustadora. Assustadora do mesmo modo que é o meu amor por você, esse amor indominável, avassalador e indiscutível. Tenho andado preocupada comigo, e aprendi uma coisa com a vida: quando eu me preocupo comigo é porque as coisas andam piores do que eu pude imaginar que um dia chegariam. Você tem essa mania de achar que tudo que vem de mim é hipérbole, mas não é. Pelo contrário, eu tenho sido eufemista com minhas palavras. As tenho medido, do mesmo jeito que você sempre faz quando vai falar comigo. Mas é diferente, entende? O eu e o você. O eu sem o você. Nós dois. Sua ausência. Minha solidão.

Nossas duas almas perdidas. Será que você já se encontrou e eu que não percebi porque ainda ando tentando me procurar? Vai ver que tudo mudou e eu que não fui capaz de reparar, nunca se sabe...

Brisas quentes, ventos frios... A maior verdade a meu respeito é essa. Os ventos frios vêm e levam consigo toda a minha esperança, todo o meu calor, toda a minha vontade de lutar. Mas aparece aquela brisa... tão calma, tão quente. Aquece-me e me faz crer que ainda há um jeito de reverter esse quadro. Minha brisa quente é você. Um vento é sempre mais intenso que a brisa, mas dizem que para um perdedor qualquer pontinha de alegria é válida. Eu vejo que sim. Quando meus olhos já estão quase fechados de tanta fraqueza, você vem e faz renascer a minha força. Pena que não custa a me deixar sem ela de novo. Às vezes penso que isso é até pior pra mim, levando em consideração que só faz a minha morte cada vez mais lenta. E sim, digo a minha morte. Não discuta e não ache que é drama, pois não é. Mas eu tenho morrido cada dia um pouco mais, mas é uma morte ruim... Tenho morrido de mim mesma, ou talvez “sobrevivido cada dia à morte de mim mesma”. Você vem e me reanima, POR QUÊ? Seria tão mais fácil para nós dois sairmos de cima desse muro, nos permitir mesmo. Mas sozinha eu não consigo, uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto, lembra? Receio que não. Você nunca lembra de nada. Aposto que não lembra nem de quando planejávamos chorar juntos, tão tolos. A noite inteira chorando juntos em um banco qualquer de uma praça qualquer, com uma bebida qualquer... Nós dois.

Eu sempre lembro, com riqueza em detalhes. Lembro que você falava que eu era a garota mais exótica que você já tinha conhecido, que eu sempre te surpreendia quando você menos esperava, que sempre havia mais um pouco de mim que você desconhecia... principalmente quando você achava que não havia mais nada. Sempre um susto, sempre quando você nunca seria capaz de imaginar e o que você nunca seria capaz de imaginar. Mas talvez não fosse tudo verdade, não é? Você nunca assinou nenhum contrato me jurando ser sempre sincero, nem eu. Por isso sempre tão próximos, mas tão separados. Ou quem sabe caiba melhor a frase ao contrário: sempre tão separados, mas sempre tão próximos. Eu amo você. E como eu queria que você estivesse aqui. Agora, antes, depois... Sempre desejo tanto sua companhia. Queria ser inteligente o bastante pra te compreender, mas não sou. Não custava nada você me dar essa ajuda.

Ou entre ou saia da minha vida de uma vez: mas, POR FAVOR, não deixe mais essa porta aberta se não for entrar. Decida-se. Eu já me decidi. Não vou te entregar de bandeja a ninguém, talvez essa seja a única chance que eu tenho, as coisas não passam por mim assim. Mas eu preciso saber se vale à pena. Ajude-me, ilumine-me, pare de brincar com os meus sentimentos de uma vez. Não banque mais o desentendido, eu nunca soube demonstrar sentimentos e venho aqui escrever pra você. Tu achas que é fácil? Que é bom? Não é. Saibas que não. Talvez essa também seja tua última chance, não a deixe passar. Não me deixe passar. Um dia você pode vir a sentir minha falta num momento inesperado. Quem mais vai te surpreender? Mas o tempo está acabado, eu ainda estou aqui. Aproveite enquanto eu ainda estou aqui, amanhã posso não estar.


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p.s.: Murilo, isso cabe nas "demonstrações do cotidiano" que você me disse? Foi a intenção, espero que corresponda às expectativas, AHAHAHAHAHA. Depois quero falar contigo, certo? Beijos.

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