quinta-feira, 13 de maio de 2010

Primeiramente quero avisar que o texto não é de minha autoria. Achei por um caso, num site qualquer, mas gostei bastante. Não tenho como dar os créditos a quem o escreveu, pois desconheço. Mas acho que vale a pena o post.

Ando um tanto que ocupada e sem tempo para o blog. Porém, tenho escrito. Muito. Brevemente a história estará aqui, ela ainda encontra-se inacabada no papel, mas já está toda escrita em mente, só me falta tempo pra escrevê-la. Desde já agradeço aos meus leitores (Murilo, Damara e Thiago:todos os que tenho, rs.) por todo o carinho e atenção.

Boa leitura, até breve!

__________________________________

PROCURA-SE


Procuro... Bem, procuro alguém que ainda procure. Que não tenha desistido de si mesmo e de mim. Pois lhe procuro pra dizer que sim, eu existo. Mas confesso que procuro mais pra que você me diga. Ou não diga, e me faça entender de algum modo, como só quem ainda acredita, e procura, pode fazer.

Procuro em todos os lugares. Não tema dizer de onde você veio nem se intimide pelo lugar que fez nos encontrar. Pois nós, que ainda procuramos, sabemos que esta fé nos leva a lugares inusitados, inesperados, às vezes desesperados. Porque preferimos ceder à loucura socialmente ditada a crer que não exista quem nos procure assim...

Sim, é de amor que se fala aqui. O conceito original. Nada disso que as pessoas costumam nomear suas paixõezinhas que não foram além do horizonte do imensurável. Nada disso que as decepções costumam ensinar a desacreditar e redefinir em coisas mais seguras e palpáveis... Nada que a soma de um monte de coisas alcance, o resultado sempre será aquém. Amizade, admiração, respeito, noites intensas de sexo... pode juntar tudo num liquidificador, mas daí não sairá amor. Este é simples e somente o sublime, e qualquer coisa diferente disso não o é.

Falo do amor instintivamente, ditado por essa necessidade visceral de ser amado e ser amante. Não falo por experiência própria. Ainda não o vivi. Já acreditei que sim, é verdade. A gente sempre acredita que sim. Mas, quando chega o fim, e justamente por ter cedido a um fim, aquele suposto amor parece tão pequeno que a gente torce pra não ter sido amor. Torce pra que haja algo maior a nossa espera. Pra que sejamos algo maior a quem assim nos espera. E cada vez maior...

Talvez amor seja isso: este incessante querer ser maior para alguém, que quer sempre ser maior pra você e lhe faz sentir-se maior do que é.

Não. Ainda está aquém...

Já deixo claro que não procuro alguém pra ter bons momentos. Bons momentos, posso ter com tantas. Orgasmos não são restritos aos que se amam; não é preciso amor pra me fazer sorrir, rir, gargalhar... declarações apaixonadas, “eu te amos”, isso até quem não ama diz, quem não sabe o que é amor diz, e por isso mesmo diz. Diz num bom momento. Ou num mau momento diante do meu bom momento. No meu bom momento, é fácil acreditar que me ama. Sou impecavelmente adorável nesse momento. Quero também os bons momentos, e que sejam constantes, não me entenda mal. Mas quero mesmo um mau momento que revele toda minha fragilidade, minha feiúra, o horror que pode vir de mim. E seus olhos lá pra me dizer que ainda sou eu, que ainda é você, que ainda é amor.

A partir disso, só poderá existir o sublime. Os bons momentos, deixo pra outros.

Há coisas que você precisa saber sobre mim e sobre o amor, caso lhe tenham apresentado este equivocadamente: Há um filme chamado Vanilla Sky. Não se preocupe, você saberá me abraçar na hora certa.

Distraio-me com facilidade, cochilo com facilidade e tenho um gosto restrito e implicante com um monte de coisas. Caso eu me distraia numa conversa com seus amigos, cochile diante do programa de TV que lhe entusiasma, diga algo bobo sobre sua banda preferida bem no meio do show deles, perdoe-me e lembre-se: fui, fiquei e ali estou somente por você. Estar com você já é meu lugar preferido. E você é bem-vinda no meu abraço mesmo durante meu cochilo.

Sou apaixonado por jogar futebol. Não consegui escapar do clichê masculino. Guardo meus mais pretensos brilhantes gols a te dedicar (venho guardando muitos). E não se preocupe, o futebol nunca terá condições de competir com você, e não compete. Ele só me faz alguém mais alegre. Jogarei enquanto puder, salvo diante de uma exceção. Dou-lhe o direito de exceções infindas. Faça bom uso delas.

Às vezes eu fico irremediavelmente calado. E não vou conseguir lhe explicar por quê. Só sei que há esse momento em que as palavras me fatigam a ponto de me deixar inerte, e só um mergulho profundo no silêncio me revigora. Não cisme. Você não precisa de um convite pra se adentrar em meu colo. Haverá um par de dedos meus deslizando por você a todo instante, e seus carinhos serão mais que bem-vindos, como sempre. Só não me faça falar, nem use as palavras pra dizer. Toda palavra será prolixa diante nosso refugio silencioso. É nele que eu lhe digo o que nenhum outro poderá repetir.


Sou ambicioso. Minha ambição financeira cabe dentro de um apartamento de um quarto com um fusca na garagem. Sou extremamente ambicioso. Consegue entender a grandeza de tudo isso?

Ainda há mais pra saber. Tão mais... Mas creio que, a partir daqui, só devo sabê-lo junto de você. Pois venha logo. Estou tão angustiado e a vida passa tão rápido. Não é a rapidez, propriamente, que me angustia. São os espaços vazios que me torturam. Os tempos que se vão sem significado, sem lembrança que se valha, sem a potencial plenitude dessa vida. Vão-se cada vez mais rápidos e os vazios se propagam como peste na minha vontade de ser. Chegue e aconchegue-se em meu tempo, alinhe ao seu, faça dos dois um só. Preciso de você pra preenchê-lo. Com sua voz, com seu corpo, seu gosto... Preencha cada espaço, não deixe o mínimo vão. O vazio me dói, e me dói como dor covarde, que não se encontra, não se explica e me toma todas as razões.

Contudo, estas palavras não bastarão. Ainda que eu as prolongue, ainda que eu as esgote. Nem minhas palavras, nem a sua plena identificação e arroubo por elas. Para o amor, não basta. Nem a determinação da procura, nem disposição ao encontro... Nem nada que eu queira somar aqui. Estará sempre aquém e é provável que não aconteça (mas já sabíamos disso antes de começar a procurar, não?). Daqui até o amor ainda resta o imprevisível, o improvável, o indecifrável, o indefinido, o imensurável, o inevitável. Tudo isso são apenas os requisitos mínimos pra que haja a possibilidade de ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário