quarta-feira, 15 de junho de 2011

Se cansou do ódio e viu que o sonho é real

Para mim, é difícil exteriorizar um sentimento com o qual eu não estou familiarizada. Não que os outros sejam fáceis, mas estes especialmente. É que hoje ao acordar, eu fiz aquela mesma análise que faço todos os dias antes de levantar da cama, aqueles cinco minutos meus para organizar os pensamentos e tentar começar o dia bem. O estranho nisso tudo, é que hoje funcionou. Que a primeira coisa que eu constatei ao me olhar no espelho foi que eu estava sorrindo. Não com a boca, mas com os olhos, com a alma. Motivo? Ninguém precisa de motivos, tampouco eu. Minha memória vaga não consegue recordar quando havia me sentindo assim pela última vez, tão leve. Como se a vida inteira fosse olhar o céu azul num fim de tarde qualquer, numa praia qualquer. Eu quero que fique. O medo agora me assola. Depois de tanto tempo achando que tudo estava errado, hoje eu olhei tudo com outros olhos. Como se na noite passada alguém tivesse me feito uma lavagem cerebral. Mas se eu sequer dormi na noite passada, como isso explicaria algo? Não, não foi lavagem cerebral, não foi ninguém que fez isso comigo. Eu talvez tenha finalmente conseguido acreditar nas palavras que eu sempre repeti pra mim mesma e que só agora são sinceras. E, nossa, esse agora deve ser entendido o mais ao pé da letra possível. Devo estar sob efeito de alguma droga, mas acordei gostando de mim. Não aconteceu nada e está tudo novo. Talvez eu não precisasse de um apartamento novo, e sim de uma boa faxina neste velho. Limpou. Organizou. Clareou. Abriu as janelas. Ri à toa. Sentimento sem nome nem explicação, fique! Sentimento sem nome nem explicação, não me deixe! É mais fácil com você aqui. Não é mais um beco sem saída, há caminhos, só preciso escolher o certo... e são tantos! Será que dá pra voltar atrás se eu entrar no percurso errado? Não, Vanessa, você vai escolher o certo. Você vai escolher viver. É isso.

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