terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Oito ou oitenta

Não pense que é descaso ou que eu sou uma louca que não decidiu se é sensível ou insensível demais. Mas é que eu tenho corrido tanto e os dias têm estado tão bagunçados. Eu também acabei me bagunçando nos últimos meses, e vai ver que aquela história de virginianos perfeccionistas e cheios de manias seja verdade. É verdade também que eu não queria te deixar confuso, que eu queria te passar minhas certezas por osmose e queria que você entendesse o pedido de desculpa quando eu olho pra baixo por dois segundos e depois volto a olhar nos teus olhos. Queria que você me perdoasse, também, pela quantidade incontável e assustadora de erros que cometi. É que está apaixonada é a melhor e pior coisa do mundo ao mesmo tempo, talvez por isso eu goste tanto, talvez por isso eu não saiba o que fazer. Extremista de carteirinha, não consigo criar dentro de mim um meio termo que te passe segurança. Não consigo que passe pela minha garganta esse amontoado de palavras que agora te escrevo. Ou falo demais, ou não falo nada. E, cara, depois de tudo, eu tenho optado por não pecar pelo excesso. Tenta me entender, passaram-se quatro anos desde a última vez que abri meu coração, e nunca vou me esquecer de algo que te disse naquela tarde: “confia em mim, vou ser uma mulher bem resolvida antes dos vinte”. Ta aí. Hoje, às portas dos 23, peço a Deus para que você não tenha confiado, porque eu confiei e quebrei a cara. Não quero perder minha credibilidade. É que isso de reencontro e, poxa, logo agora, quando eu me sinto tão inconsistente, eu fico com medo de dar algum passo e acabar botando tudo a perder, como eu julguei ter botado quatro anos atrás. Mas permaneceu, sabe? Acho que ficou no meu travesseiro, porque sempre lembrava de você quando deitava pra dormir. Todas as noites, sem exceção. E sendo bem sincera: eu te parabenizo por ter sabido lidar comigo melhor do que eu mesma pude. Você me conhece, sabe que eu sou problema. Mas também sabe que eu sou amor. Então, espera? Dê-me mais cinco minutos até eu decidir o que faço com a minha vida nos próximos cinco anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário