domingo, 19 de dezembro de 2010

all you need is love

É, moço. Eu estava pensando ainda agora no quanto é engraçado isso de por vezes eu acreditar que você está aqui. Estava deitada ouvindo aquelas velhas músicas, aquelas músicas que já haviam se tornado quase nossas, e me peguei surpresa sentindo seu corpo do meu lado nessa cama que se tornou tão grande pra mim. E de lembrar que eu a achava pequena antes disso tudo. Fechei os olhos e assim passei uns bons minutos, enquanto aquela ilusão ainda perdurava e eu podia te ter próximo como nos velhos tempos. Pude sentir seu cheiro e a sua respiração quase ofegante no meu pescoço. Esperei a hora que você falaria algo e cortaria aquele silêncio só nosso. Você não falou nada, então virei de lado na intenção de te dar um beijo e acordei para realidade, lembrei que estava sozinha. Tão sozinha quanto um pardal com uma asa quebrada que caiu sobre um telhado qualquer e se sente completamente incapaz de voar ou fazer qualquer outra coisa. E preciso do teu abraço. Mas preciso de uma forma tão desesperadora que às vezes penso que não irei suportar. Suportar toda essa distância, essa saudade, essa ausência, essa solidão. Essa solidão que de tão minha se tornou nossa. Como lembrar você me dói. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário