domingo, 26 de dezembro de 2010

e dou risada do grande amor

Tinha cá pra mim que agora, sim, eu vivia enfim o grande amor. Mentira. Me atirei assim, de trampolim, fui até o fim um amador. Passava um verão à água e pão, dava o meu quinhão pro grande amor. Mentira. Eu botava a mão no fogo então, com meu coração de fiador. 
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito, exijo respeito, não sou mais um sonhador. Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor e dou risada do grande amor. Mentira.
Fui muito fiel, comprei anel, botei no papel o grande amor. Mentira. Reservei hotel, sarapatel e lua de mel em Salvador. Fui rezar na Sé pra São José que eu levava fé no grande amor. Mentira. Fiz promessa até pra Oxumaré de subir a pé o Redentor...
Mentira.

Um comentário: